É certo que ainda falta um mês para o Verão acabar e umas semaninhas para o início das aulas, porém chegamos aquela altura das férias em que já se faz um balanço das mesmas, retiramos os pontos altos, tentamos esquecer os mais difíceis , escolhemos A música destes meses, O filme, O livro, A pessoa...
Até aqui tudo bem, porém existe um receio ou uma vontade de não encarar a realidade quando penso que este é o último Verão que eu terei "a sério". Daqui a um ano, mais ou menos por esta altura, a faculdade começará a ser um tema frequente na minha cabeça e terei de me despedir, forçosamente, da alegre vida de um jovem menor de idade. Sinto-me antitético. Por um lado quero crescer à força: sair, experimentar novas coisas, sentir sozinho os primeiros cheiros da liberdade, mas, ao invés, não quero sentir o peso da responsabilidade à medida que os anos vão passando e que eu vou crescendo. Muitas vezes dou por mim a olhar para as pessoas da minha idade, para os meus amigos e tento imaginar-nos daqui a uns anos com carreiras estáveis (espero eu), famílias construídas e todas essas coisas bonitas que nós consideramos essenciais para uma vida "normal" (se é a isso que a normalidade se resume) e custa-me a pensar que nunca mais vamos ser aquelas crianças despreocupadas. O mesmo se passa com este Verão. Está a ter o seu fim. Soube a mudança e teve o cheiro a efemeridade. E não, não estou com a neura.