segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Vale mesmo a pena.

"Eu não sou eu nem o outro (...) sou qualquer coisa de intermédio (...) Pilar da ponte de tédio (...) que vai de mim até ao outro."

Foi Mário de Sá Carneiro o autor desta obra de arte. Sim, para mim estas palavras são arte. Mais do que isso, uma filosofia, um modo de viver. Um lema ou quiçá uma maneira de se encarar o mundo e a atmosfera humana na qual estamos inseridos. E concordo com a mesma, pois está. Sinto sempre que somos um prolongamento de nós próprios. Mas apenas o prolongamento. Não somos totalmente aquilo que é a nossa essência mas também não correspondemos inteiramente àquilo que o outro é. Daí, na minha opinião o pilar da ponte de tédio traduzir, na perfeição aquilo que eu encaro como a nossa condição humana. A nossa natureza. 
Fascina-me que pessoas tenham esta capacidade autêntica e genuína e que exprimam na escrita aquilo que sentem de uma maneira pralá de óptima. São coisas como esta que me fazem pensar e ver que as palavras são das melhores coisas que temos. Ainda bem que há palavras, ainda bem que há comunicação, línguas diversas e aglomerados de palavras que formam frases que por conseguinte darão origem a obras maravilhosas. Algumas, claro. Vale mesmo a pena.

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